Há alguns anos participei de um processo seletivo para tradutor em uma editora brasileira. Deram um capítulo de romance em inglês australiano ultracoloquial para traduzir em 24 horas - um verdadeiro tour de force.
Acabei não sendo selecionado e mandei um e-mail para a responsável pelo processo seletivo pedindo um feedback. Ela respondeu que, na verdade, minha tradução era a melhor das enviadas, mas "sofisticada demais para o público brasileiro"...
Uma anedota que diz muito sobre nosso mercado editorial e sobre os hábitos de leitura dos brasileiros.
Fica, no entanto, o dilema: como formar um público "sofisticado" sem lhe oferecer leituras "sofisticadas"?
A Educação de um povo não se dá apenas na escola ou na universidade, mas também nas livrarias, bibliotecas, museus, parques, teatros, rádio, televisão, imprensa...
A falência da Educação brasileira não é apenas uma questão de estrutura escolar e universitária; é um problema sociocultural muito mais vasto, cujas dimensões são assombrosas.
Educar no Brasil é como cultivar tulipas no deserto...
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