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quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Amostra da decadência educacional brasileira

o pele era o manho gogado de futebol do mudo o pele e o gogado que feis mas gol do mudo que teve mas bola de ouro do mudo que teve copa do mudo que e o manho gogado do universo e o pele gogava do santos foi o manho gogado do santo e do futebol a istora do pele e muito triste ele foi a istora mas triste do futebol o pele gogava muto ben bola ele era a lheda do futebol e ele gogava de caso na rua de baro dele ele gogava de caso com os amigos ali na rua deles ele amisava

"Seria melhor ver o filme do Pelé"...



segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

"Essa cidade acabou"

Curioso relato de um amigo retratando um bucólico momento do cotidiano carioca

Acabo de passar por uma fascinante experiência almoçando em um restaurante  numa mesa ao lado de um casal de policiais, aparentemente de folga, assistindo e comentando (em voz média) o noticiário do RJTV. 

Durante a reportagem sobre uma onda de assaltos em Copacabana, a policial começou reclamando que agora vai ter que ir todo mundo pra Copacabana "só por conta desses trombadinhas mortos de fome que não conseguem ficar sem roubar pra cheirar e fumar uma porra de um dia."  - sendo prontamente apoiada pelo parceiro, que faz o importante complemento:  "mas vai a gente endurecer pra esses merdas pra ver o que acontece? É só sumir 2 ou 3 desses cracudos que no dia seguinte tem ONG fazendo protesto no Jornal Nacional." Talvez emocionada com o apoio do conje, a policial arremata que "Resolver isso aí é fácil, mas se acabar a bandidagem vai ter muito playboy filho de artista sem emprego". 

As coisas se acalmam, voltam a comer mais tranquilamente, mas aí começa uma reportagem mostrando diversos PMs distraídos ao celular em turnos de patrulha. Aí já foi demais... Ela, indignada, reclama: "Agora é o que faltava... Querem que a gente fique de prontidão por cinco, seis horas, sem fazer nada!! Esse pessoal acha mesmo que a gente tem obrigação de resolver os problemas dessa merda de cidade?!" Fala forte, devidamente complementada pelo amado: "O problema é que a gente não pode dar um apavoro nesses jornalistazinhos de merda. O endereço deles todo comandante tem, mas ninguém tem coragem pra dar a ordem. Por isso que a gente é desrespeitado. Vê se nos EUA alguém enquadra policial desse jeito?!" 

Já se preparando pra irem embora, a conja solta um "Essa cidade acabou. Tem mais jeito, não. Aqui, bandido é herói e policial é vilão."

Toda distopia é a utopia de alguém...


sábado, 4 de novembro de 2023

A nauseante espiral do ódio

Difícil dizer o que diferencia esse tipo de gente de figuras como Putin. Como dizem os japoneses, "mosca faz cocô de mosca; elefante faz cocô de elefante" - e haja mosca desarranjada por aí...


quinta-feira, 19 de outubro de 2023

A reputação e o caráter

Quem tenta arrastar outras pessoas na lama quase sempre acaba se enlameando junto. É preferível ter enodoada a reputação perante o mundo que enodoado o caráter perante si mesmo: o auto-respeito vale muito mais que a aprovação alheia, sempre caprichosa e volúvel, capaz de tirar amanhã o que concedeu hoje - tarde ou cedo, os louros fenecem, esquecidos, quando não pisoteados. Por outro lado, ainda que enlameado, um diamante é sempre um diamante.

terça-feira, 3 de outubro de 2023

Guarani Taradão - Literatura pelo método confuso

-O Guarani era taradão, né, Professor?

-O Guarani...?!

-O professor de Literatura é que disse; o Guarani só pensava em sexo!

- Será que você não está falando do Macunaíma, de Mário de Andrade?

-Ah, é! Acho que era esse aí...

Errou o índio, mas pelo menos estava atento à aula de Literatura...

"Ceci n'est pas Peri".





sábado, 30 de setembro de 2023

Brasil - Distopia da distopia

Ficções distópicas costumam imaginar regimes políticos opressivos onde a alta tecnologia é posta a serviço da vigilância da população sob os mais variados aspectos, estabelecendo intoleráveis sistemas de controle social.

Em uma autêntica distopia à brasileira os avançados sistemas de vigilância seriam adquiridos a preços superfaturados e apenas parcialmente instalados (fora do prazo, de preferência). O equipamento instalado seria parcamente supervisionado, por falta de pessoal, empregando mão-de-obra precarizada. Finalmente, o custoso equipamento logo deixaria de funcionar, por falta de manutenção. De resto, as autoridades em nossa distopia brasileira estariam mais interessadas em coletar propinas que em realmente vigiar a população...

Gambiarra panóptica


quinta-feira, 14 de setembro de 2023

Criminosas lealdades de caserna

Segundo a revista Veja, ao sair da cadeia, o coronel Mauro Cid teria feito curiosa declaração: “A gente é leal ao superior, mas protege o subordinado” - formulação estranha, para dizer o mínimo. 

A única lealdade lícita e legítima que se espera de um militar é ao povo brasileiro, às instituições republicanas e à Constituição.

A relação entre superior e subordinado é um vínculo profissional e impessoal, regida apenas pela hierarquia militar e pela cadeia de comando; para além disso, nenhuma "lealdade" é necessária. Se o superior age de modo legal e legítimo, cabe o dever profissional; se o superior age fora da lei, qualquer lealdade é traição à República, ao povo brasileiro e às próprias Forças Armadas que, em suas atribuições institucionais, só podem ser prejudicadas por espúrios pactos particulares de lealdade.

Semelhante lealdade só se entende em função das mesquinhas picuinhas de caserna, tristemente comuns ou, pior, de inconfessáveis mutretas - igualmente comuns; não raro, picuinhas e mutretas caminham de mãos dadas. Nesse sentido, o leal subordinado aceita de bom grado a posição de cúmplice dos mal-feitos de seu superior, em detrimento dos interesses legítimos pelos quais se espera que trabalhe.

Por outro lado, que tipo de proteção um subordinado pode esperar em troca de sua lealdade? Proteção contra o que, ou contra quem?

Só se compreende tal proteção em termos de apadrinhamento para todo tipo de bocadas e peixadas das quais muitos militares se valem para obter promoções, cargos, indicações, transferências e outros benefícios. Tais relações de apadrinhamento tampouco servem à missão institucional das Forças Armadas, que precisam sempre das pessoas mais competentes no desempenho de cada função, e não das melhor relacionadas na caserna.

Em que outras circunstâncias um subordinado leal precisaria da proteção dos superiores? Quem age corretamente está devidamente protegido pela probidade de sua própria conduta; só se precisa de proteção especial para o cometimento de atos ilícitos, imorais ou indecorosos.

A equivocada fala de Mauro Cid parece mais adequada no âmbito de relações feudais, regidas pelos vínculos entre senhor e vassalo - o que pode ser muito bonito em romances de cavalaria, mas é completamente inadequado no contexto da ordem militar moderna.

Mas a declaração também remete a outra prática, quiçá mais afim à casta de militares à qual pertence o coronel Cid: lembra tremendamente as relações de "omertà" que se esperam entre mafiosos, unidos por laços de extremada lealdade contra as forças da Justiça. 

Pensando melhor, a fala de Cid não é nada estranha - é exatamente o tipo de coisa que se espera ouvir de um coronel que sai da prisão, devidamente ataviado por uma tornozeleira eletrônica...



quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Perfectivelmente imperfeita

À cidade dos homens cabe ser exatamente como é: tola, cruel e mesquinha, na exata medida em que somos tolos, cruéis e mesquinhos - tristonha resultante de abandonados planos, esquecidas promessas, desmentidas profecias e perdidas oportunidades; imperfeitamente perfectível, perfectivelmente imperfeita, atormentado reflexo do que somos e daquilo que gostaríamos de ser. E, no entanto, se move...

terça-feira, 29 de agosto de 2023

A inexorável marcha do tempo


Como meus alunos perguntando sobre um tipo de disco "velhão", supostamente da época da II Guerra, usado para passar filmes - custei a entender que o artefato em questão era o DVD...

O que o povo gosta

 Em doze anos mantendo esse blog aprendi uma coisa: moderação, racionalidade, concisão e simplicidade não geram (muito) engajamento; o público, via de regra, quer opiniões bombásticas, verborragia tonitruante e explicações convenientes. Alguns dos textos com maior repercussão na história desse blog são justamente aqueles cuja qualidade menos me agrada; c'est la vie...

quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Gestão humana

Quando um gestor tem a necessidade de ressaltar a seus subordinados que ele "olha o lado humano" significa que provavelmente significa que ele "olha o lado humano" com muito menos frequência e sensibilidade do que seria desejável. A real empatia costuma se fazer sentir esponteamente.

domingo, 30 de julho de 2023

Acolhendo a paz

"Eu achava que a gente ficava em paz indo até ela, quando na verdade as coisas que dão significado pra gente acabam trazendo essa paz".

Tiago Peixoto