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sábado, 17 de agosto de 2013

O pior pesadelo de Paulo Freire

Texto do Prof. Antônio Carlos Dutra

Venho trazer palavras humildes, pequenas, singelas. Num mundo de som e fúria, ainda acredito no poder da palavra.

Que elas sejam acanhadas diante de eventos cuja magnitude não conseguimos medir eu posso entender e aceitar, humildemente calar e aguardar as palavras. Mas diante do mal eu tenho de achar as palavras, as que puder, encontrar a rebelião em cada uma, o espírito de liberdade e de amor, olhar as palavras e ver pontes possíveis entre mim e o outro e não ter pudor de revelar minha alma, como seja.

Tive medo hoje. Estive no "modelo" de escola que nosso alcaide deseja a todas as nossas crianças. Um lugar bonito, mas senti frio; havia silêncio, mas o tipo de silêncio de mármore e morte, aquele que temos prazer de romper, onde medo é confundido com respeito, onde diálogo é motivo de fúria e repelido como inimigo da ordem. O ofício de historiador é muitas vezes de lembrar o que todos querem esquecer. O diálogo não é inimigo da ordem. Tiranos demais disseram isso; um educador deveria cair fulminado ao dizer tal descalabro. 

A escola modelo é uma vitrine cuidadosamente arranjada, só que há crianças nela fazendo o papel de manequins, há famílias imaginando que seus filhos recebem a melhor educação, há profissionais vendedores de conhecimento e educadores acuados em meio a um arranjo infernal que, de tão bem azeitado, parece inquebrável. Como todas as cadeias que ruíram, todo tirano cai, toda cadeia quebra.
A maior prova disso foram os incontáveis olhares que recebemos, a resposta com mímica, de um professor, confirmando que ali onde nenhum educador aderiu ao movimento grevista havia perseguição, ameaça e assédio moral, na "escola modelo" "não há ninguém insatisfeito", bradou uma velha senhora, "não ponho correntes nos tornozelos de ninguém". Não, põe na alma (de quem tem) ou no bolso (dos agnósticos). Alguém disse que Deus não morreu, se tornou dinheiro - acho que não, ele se tornou o medo.

Não há educação sem amor, e o amor não habita onde há medo.

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