Newsletter

Sua assinatura não pôde ser validada.
Você fez sua assinatura com sucesso.

Oficina de Clio - Newsletter

Inscreva-se na newsletter para receber em seu e-mail as novidades da Oficina de Clio!

Nous utilisons Sendinblue en tant que plateforme marketing. En soumettant ce formulaire, vous reconnaissez que les informations que vous allez fournir seront transmises à Sendinblue en sa qualité de processeur de données; et ce conformément à ses conditions générales d'utilisation.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Outra semana conturbada...

Semana difícil, menos um post decente. Para finalizar as homenagens ao ciclismo, deixo uma imagem que marcou época: Bernard Hinault, um dos maiores ciclistas da História no Paris-Roubaix depois de uma queda e retornando à competição, mesmo com graves ferimentos. Grande guerreiro!

sábado, 9 de julho de 2011

Nada de mulher...

Essa semana estou numa corrida para entregar um paper do doutorado. Assim sendo, postarei apenas uma curiosa e engraçada anedota, ainda em clima de Tour de France.

Em 1987 o Tour foi vencido pelo irlandês Stephen Roche. Em uma das etapas de montanha, particularmente difícil, Roche se esforçou ao máximo, cruzando a linha de chegada em primeiro lugar, muito antes dos outros atletas. Sua fadiga era tanta que, assim que ultrapassou a linha, simplesmente desmaiou no chão. Um Deus nos acuda! Correm os médicos para atendê-lo. Pouco depois, acordando completamente zonzo, o médico lhe pergunta como se sente. A réplica de Roche foi das mais inusitadas: "Tudo bem, doutor, mas nada de mulher...". Interrogado posteriormente, o ciclista confessou não ter explicação para sua estranha resposta...

domingo, 3 de julho de 2011

Le Tour de France

Ontem começou a edição 2011 do Tour de France (ou "Volta da França"), a maior prova do ciclismo mundial. Quem me conhece sabe que sou aficcionado por ciclismo, embora não pratique faz alguns anos... Acompanho o Tour religiosamente todos os anos. A bem dizer, não estava muito entusiasmado com o Tour desse ano, por várias razões. Até ontem! As reviravoltas inesperadas que fazem a magia da prova estão novamente em ação, e o que prometia ser um Tour insosso como nos dois últimos anos ganhou novo interesse.

Mas esse blog é uma oficina de Clio, e a musa é tanto exigente quanto ciumenta! Então, vamos caçar onde a História se esconde no Tour de France. A tarefa nem é das mais difíceis, já que o Tour é uma das mais antigas provas esportivas do mundo: o primeiro aconteceu em 1903, comemorando 108 anos. Em todo esse tempo, pouquíssimas edições foram canceladas, devido à partipação francesa nas duas conflagrações mundiais. O Tour acontece todo ano, durante o mês de julho. Durante 21 dias os atletas percorrem cerca de três mil quilômetros pelas estradas francesas, num percurso que muda a cada competição. Depois de 108 anos, o Tour construiu inúmeras tradições e mitos.

Nesse post veremos um aspecto muito curioso dessa tradição, não apenas do Tour, mas do ciclismo em geral. O esporte chama atenção pelo seu forte ethos cavalheiresco, que vai muito além do mero fair play. De fato, a competição mostra uma curiosa permanência dos valores nobiliárquicos do Antigo Regime; os ciclistas muitas vezes se comportam como verdadeiros membros da antiga aristocracia guerreira. Alguns exemplos ilustram melhor que qualquer explicação...

Ano de 2003, centenário do Tour. Dois ciclistas competiam pela liderança da competição, o americano Lance Armstrong e seu arqui-rival, o alemão Jan Ulrich. O pelotão se engajava numa dura etapa, de escalada ao passo de Luz Ardiden, nos Pirineus. Eis que em determinado momento, Armstrong sofre uma dura queda, quando sua bicicleta se prende na bolsa carregada por uma criança. Em lugar de se aproveitar da situação, Ulrich reduziu a velocidade, aguardando seu adversário alcançá-lo, abrindo mão da vantagem. Perdeu a etapa, perdeu o Tour; ganhou a honra de tratar o rival dignamente.

Ano de 2004. O jovem francês Thomas Voeckler vestia a camisa amarela de líder da competição. Numa etapa particularmente difícil de escalada no Maciço Central, Voeckler se encontrava em terrível desvantagem, pois não havia nenhum membro de sua equipe em condições de acompanhá-lo e ajudar a enfrentar o vento. Num rasgo de generosidade que muito o honra, seu compatriota veterano Richard Virenque, que se encontrava muito à frente de Voeckler optou por aguardá-lo e trabalhou como seu gregário (espécie de ajudante), seguindo à frente e quebrando o vento. Os dois eram de equipes diferentes. Um belíssimo gesto de Virenque, em seu último Tour de France, coroando uma carreira vitoriosa, em que foi inúmeras vezes vencedor do prêmio de melhor montanhista.

Ano de 2010. Numa etapa decisiva disputavam o luxemburguês Andy Schleck, líder da prova, e o espanhol Alberto Contador. Num infeliz momento a correia da bicicleta de Schleck se rompeu, necessitando reparos. Abrindo mão do cavalheirismo, Contador atacou, ganhando a liderança; eventualmente venceu o Tour, à covardia. Ano de 2011. Na apresentação das equipes, na última sexta-feira, Contador foi vaiado durante sete minutos... O público pune a desonra!

A título de comparação, um episódio da guerra luso-francesa pelo Maranhão, em 1615. Derrotado na batalha de Guaxenduba, o líder francês La Ravardière amigavelmente envia seu médico para cuidar dos feridos portugueses. La Ravardière ficaria orgulhoso dos gestos de Virenque, Ulrich, Vietto, Hinault, e tantos outros ciclistas que contribuíram ao longo dos anos para manter acesa a chama do cavalheirismo, como verdadeiros fidalgos.