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terça-feira, 28 de março de 2017

Devaneios no Brasil crepuscular

Menos pessimismo, pessoal. O brasileiro não trabalhará até morrer; o brasileiro morrerá desempregado...!
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Em breve teremos uma legislação trabalhista à altura da Inglaterra - na Revolução Industrial...
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A Era PT-PMDB foi (e continua sendo) uma loooonga sucessão de ataques ao trabalhador...
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O PT teve apoio do PMDB (e de partidos até piores) para se eleger QUATRO vezes, e governaram JUNTOS por 14 anos. Não consigo separar um partido do outro. O PT morreu em 2002, e desde então temos visto apenas seu cadáver insepulto andando por aí, por algum mistério de artes necromantes...
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Todo cínico gosta de se imaginar "pragmático". O pragmatismo busca sempre os caminhos mais convenientes e as portas mais largas. O caminho da ética, todavia, passa por muitas portas estreitas...
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Não existe liberdade sem paradoxos, dilemas e conflitos. A intranquilidade constante é o preço a pagar por uma consciência tranquila. Não existe plenitude sem sacrifícios. Cada um é purgatório de si mesmo.
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Usar uma ação vil como justificativa para uma reação igualmente vil significa apenas que temos padrões morais tão baixos quanto os daqueles que consideramos nossos adversários.

segunda-feira, 27 de março de 2017

"Às vezes é mais revolucionário se ficar onde está do que seguir um asno".


Pensamento do historiador Fred Oliveira

O Sr. Pedro Fernandes é um homem de palavra?!

Vejamos:

1) O Sr. PEDRO FERNANDES havia prometido que pediria demissão do cargo de Secretário de Ciências e Tecnologia caso o Estado do Rio não regularizasse os pagamentos dos servidores da UERJ e da FAETEC.

2) O Estado prometeu que pagaria na terça-feira (21/03), mas não pagou; adiou para quinta (23/03), e também deixou de pagar; transferiu para sexta (24/03), mas continuou sem pagar. Prometeu que pagaria hoje (27/03), mas também não pagou.

Logo...

3) O Sr. Pedro Fernandes deveria - pelos meus cálculos - ter pedido sua demissão uma semana atrás.

Conclusão:

4) O Sr. Pedro Fernandes não é um político (ou um homem) de palavra.

Ou estou equivocado?!

segunda-feira, 20 de março de 2017

PT, PMDB e Antropofagia

Agora, após a operação-escândalo "A carne é fraca", vemos a defesa do agronegócio predatório através do discurso nacional-desenvolvimentista: a Era PT-PMDB em definição simples.

Realmente, Belo Monte é o monumento maior dessa era.

Os modernistas tinham razão: a cultura brasileira é antropofágica - quiçá autofágica...


sexta-feira, 10 de março de 2017

Precisamos apedrejar Chico Alencar?!

Faço muito minhas as palavras do grande amigo Vinicius Borges:

"Sobre a polêmica do, a meu ver, estranho e desnecessário encontro do Chico Alencar (meu parlamentar desde o ano de 2003) com Aécio Neves e cia, para mim essa questão é bastante simples... Acompanhemos como continuará atuando a bancada do PSOL, em especial o Chico Alencar, no Congresso. Seguirá como uma das poucas forças independentes e de oposição ao aprofundamento do assalto sobre nossos bens e direitos historicamente conquistados desde o início do governo Temer? Se sim, por mais que me desagrade, ele pode jantar e rir com quem quiser, pois (por enquanto) não vivemos em estado de barbárie (menos ainda em um contexto de conflagração revolucionária) e adversários políticos não são inimigos a serem aniquilados. Se não, se a atuação parlamentar do partido (e do deputado) mudar, teremos, tal como o ocorrido anteriormente com o PDT e o PT, mais um caso de uma importante legenda de esquerda entregue aos encantos do fisiologismo político. Não trato partido como time de futebol... Não sou torcedor de legenda, muito menos (por total falta de vocação) militante formal... Sou eleitor e pretendo continuar assim por toda a minha vida... Portanto, em última análise, o que definirá minha opinião final sobre o episódio é a conduta do PSOL e do deputado Chico Alencar a partir de então..."


Eu não valorizo a Educação porque sou professor; antes de tudo, eu me tornei professor porque valorizo a Educação e acredito que é nosso principal recurso para criar um mundo melhor.

quinta-feira, 9 de março de 2017

Previdência, poupança e as falácias da reforma - uma PIADA PRONTA

SUGESTÃO - se estiver sem tempo para ler esse post, pule direto para as conclusões e verifique mais tarde os argumentos, embora ler tudo seja mais recomendável.

Não pretendo aqui discutir os meandros da previdência ou das propostas de reforma previdenciária. Em termos gerais, acho que é extremamente necessário discutir os modelos de gestão (não muito democráticos) dos fundos previdenciários e repensar os processos de eleição dos conselheiros que deliberam sobre a aplicação desses fundos, que não primam por princípios de transparência fiscal e representatividade plena.

Pretendo apontar apenas uma significativa falácia no discurso do deputado federal Arthur Maia (PPS-BA), relator da reforma previdenciária, no último dia 7 de março:

"Aposentadoria é subsistência. Quem quiser ter vida melhor faça outro tipo de poupança" [grifo meu].

Ora, há aí um argumento profundamente falacioso, implícito no termo "QUISER"; o verbo "querer" denota justamente ação voluntária. Concordo que é extremamente importante que ao longo de sua vida profissional qualquer trabalhador faça seu pé de meia para a velhice, garantindo recursos suplementares à aposentadoria.

Muitos pensadores neoliberais defendem que a previdência governamental seria uma forma de paternalista, à medida que cada cidadão deveria cuidar de seus próprios recursos financeiros por conta própria, e gerir esses recursos segundo seu próprio parecer, investindo-os conforme suas possibilidades e inclinações pessoais. Me parece que está aí a matriz do discurso do deputado.

Todavia, ao passo que o discurso neoliberal enfatiza a escolha individual nesse processo, a fala do deputado "se esquece" que a contribuição previdenciária é OBRIGATÓRIA, descontada na fonte, sem consulta prévia.

Nesse sentido, há uma grande contradição. Em primeiro lugar, porque tantas mudanças unilaterais sobre o sistema previdenciário adulteram significativamente o pacto tacitamente estabelecido entre o trabalhador (de qualquer nível de renda) e esse sistema.

Resumindo, o deputado defende que cada um deve cuidar de seus próprios recursos poupados para a velhice, MAS defende um sistema previdenciário compulsório, para o qual todos os trabalhadores seriam OBRIGADOS a prestar contribuição, mesmo que, após a reforma, se torne um péssimo investimento, com baixa liquidez e nenhuma garantia de usufruto, já que muitos trabalhadores morrem antes da aposentadoria, ou logo depois.

O discurso do deputado só seria válido se o trabalhador tivesse a ESCOLHA de contribuir ou não. A partir do momento que a contribuição se torna compulsória, em condições desvantajosas, seria um verdadeiro roubo empreendido pelo Estado, impedindo esse mesmo trabalhador de aplicar livremente seus recursos em outros investimentos mais vantajosos.

Pior ainda, o deputado argumenta que a Previdência não se destina aos trabalhadores que recebem salários elevados, mas àqueles de renda menor, especialmente os que vivem de salário mínimo. Nesse caso, seguindo o argumento do relator, os trabalhadores de renda mais elevada seriam obrigados a contribuir para um sistema desvantajoso para eles próprios, atentando contra a própria ideologia neoliberal que supostamente dirige a reforma previdenciária. Vale ainda ressaltar que ele aponta como tais os trabalhadores com renda em torno de 35 ou 40 mil reais, que sabemos que são raríssimos.

CONCLUSÃO
"Escovado a contrapelo", o relator da reforma nos oferece o seguinte retrato da reforma previdenciária:

1) Os trabalhadores de renda mais elevada serão prejudicados para ajudar a aposentadoria daqueles de renda menor - ou seja, a previdência só seria possível sem ser mutuamente vantajosa para todos os participantes;

2) Os (supostos) beneficiados terão aposentadoria em valores próximos ao salário mínimo, que sabemos que é miserável. Nesse sentido, o deputado se expressa corretamente: o salário mínimo só garante a subsistência; ganhar salário mínimo não é viver, é sobreviver;

3) O modelo proposto de reforma previdenciária visa prejudicar aos trabalhadores de renda maior apenas para garantir a sobrevivência na miséria daqueles de renda menor;

4) Temos aí uma reforma previdenciária que é péssima para muitos e ruim para todos.

Não é uma piada?! Ria - se puder...


PIADA PRONTA - Uma reforma previdenciária péssima para muitos e ruim para todos...

Sobre segundos turnos, candidatos "menos piores" e a retórica do "golpe"

Em situações que me falta convicção no segundo turno, prefiro deixar a escolha para cidadãos mais convictos que eu. Por sinal, em 2014 anulei meu voto para governador do Rio no segundo turno, pois não conseguia me decidir quem seria o "menos pior": Crivella e Pezão realmente são páreo duro...!

Por sinal, ao contrário de muitos que hoje gritam "golpe", já em 2014 eu considerava o PMDB tão perigoso quanto a Igreja Universal. Acho impressionante como algumas pessoas parecem ter se "conscientizado" do que é o PMDB apenas depois do processo de impeachment. 

Enfim, tento ser fiel aos meus princípios, não a políticos e partidos. 

Apoiei Lula e o PT enquanto eles pareciam relativamente próximos destes princípios. Ao contrário do PT, sigo fiel aos princípios e convicções que norteiam minha vida como cidadão desde os anos 90, antes mesmo de tirar meu título de eleitor. Procuro ser coerente com meu pensamento, não com os camaleônicos interesses de Lula e seus companheiros. Sou socialista desde os 13 anos de idade (lá se vão 20 anos), mas nunca fui petista, muito menos lulista.

Coerência, no entanto, é um produto cada vez mais escasso em nosso mercado político-ideológico...

"Vão-se os dedos, ficam as alianças... até que a picaretagem os separe".
 

Cuba, Estados Unidos, Brasil: Unidos pela Escravidão

Quero ler essa tese, parece muito interessante!

Carta aberta aos servidores da FAETEC-RJ (09/03/2017)

Queridos colegas,

O Estado está fazendo de tudo para que nos choquemos contra os responsáveis e estudantes. Nós vamos cair no jogo do Pezão ou faremos nosso próprio jogo? 

O caminho está repleto de armadilhas; precisamos ter passos cuidadosos. 

Pezão e companhia já escreveram o roteiro da peça e definiram um papel para os professores: bode expiatório. Seria nesse momento sábio cumprir esse papel? Será que não podemos improvisar nosso próprio papel?!

Estamos numa verdadeira partida de xadrez, e o jogo promete ser longo. Não há qualquer esperança razoável de chegar a um xeque-mate em uma ou duas jogadas. O enxadrista vencedor costuma ser o menos precipitado.

No momento, acho melhor dar corda pro Pedro Fernandes. A maioria dos oportunistas, cedo ou tarde, acaba se enforcando. E que seja cedo...

Enfim, não tenho e nunca tive medo de fazer greve. Em 2014 tive o ponto cortado ilegalmente por Eduardo Paes e fiquei dois meses sem meu salário da prefeitura; nem por isso deixei de aderir à greve da FAETEC de 2016. Todavia, penso que a greve não é a melhor estratégia nesse momento; uma greve a essa altura é tudo que Pezão e companhia desejam. Vamos entregar isso a eles de bandeja?

A greve é uma ferramenta legítima e importantíssima de reivindicação do trabalhador, mas nem todo contexto é favorável a seu uso. Como dizem, quando você possui apenas um martelo, começa a ver tudo como prego - e agora, em março de 2017, estamos diante de um parafuso. Em minha opinião, qualquer alternativa que atrase ainda mais a conclusão do ano letivo de 2016 deve ser descartada do baralho.

Chegou a hora de usar a criatividade e refletir coletivamente sobre o que podemos fazer. Pequenos gestos às vezes iniciam grandes mudanças. Qual será o gesto pequenino que nos trará uma grande mudança?

Grande abraço,
Luiz Fabiano


Carta aberta ao candidato Lula

Caro Lula,

votei no senhor em 2002 e na Dilma, em 2010. O senhor foi minha primeira e maior decepção como eleitor.

Reconheço que o senhor TENTOU ser um pai para os pobres, mas foi EFETIVAMENTE uma mãe superprotetora para seus filhos mimados, os MEGAempresários.

Seus governos foram um lauto banquete para os EXTREMAMENTE ricos, enquanto o povão comia as migalhas caídas da mesa.

Não pretendo lhe oferecer meu voto em 2018.

Grato pela compreensão,
LF


P.S.: Na próxima eleição tente escolher melhor seus aliados; olhe onde o casamento com o PMDB o levou...

P.S. 2: Transmita meus cumprimentos a seu amigo Sérgio Cabral, por gentileza.

terça-feira, 7 de março de 2017

Passividade

 Desabafo da historiadora e romancista Ana Carolina Delmas
 
Por que as mídias sociais em peso se mobilizaram contra o PT e a esquerda (sem defesas aqui), mas ninguém se pronuncia contra o Alexandre de Moraes?

Somos todos PCC?

A campanha do medo do comunismo é tamanha que preferimos fechar os olhos para a ascensão de uma facção criminosa ao poder?

Já promovera um Ministro que era seu advogado e mataram um opositor em São Paulo, com mais de 20 tiros. Vibramos com a delação da Odebrecht que afirmou que uma doação vultuosa fora feita à campanha de Dilma e parece que isso nada teve a ver com Temer...

Por que a polícia não tratou suas esposas com a mesma cortesia com que tratou os servidores públicos que manifestaram contra a barbárie que está sendo feita com seus salários?

Onde estão as camisas do Brasil e as panelas agora?

quarta-feira, 1 de março de 2017

Sonoridade, movimento e identidades indígenas

Extrato de Warfare and shamanism in Amazonia, de Carlos Fausto:

Um das impressões mais fortes que retenho da relação entre o velho e o novo é o contraste entre o visual e o auditivo. Logo depois do contato [nos anos 70 e 80], os Parakanã abandonaram suas marcas corporais distintivas (corte de cabelo e adorno labial), substituindo-os com roupas e bonés. Eles também adotaram novos objetos: rifles e panelas de alumínio, sem falar em machados e facões. Eles pararam de construir uma casa comunal única e levaram anos tentando persuadir a Funai a construir para eles casas retangulares com paredes de tábua, chão de cimento e telhados de compensado. No entanto, quando a noite cai e apenas as silhuetas das pessoas podem ser distinguidas, palavras faladas ou cantadas preenchem um espaço antes inimaginável. Foi então que alimentei meu desejo de ver um mundo diferente de minha própria realidade cotidiana.

Muitos daqueles que trabalharam com povos Tupi-Guarani provavelmente tiveram essa experiência. Sua resiliência cultural não é investida em marcas espaciais ou corporais, mas principalmente na fala, música e dança. A valorização do universo auditivo contrasta com certa desatenção pelo visual. As formas através das quais pessoas e coisas são mostradas não são objeto de nenhum forte investimento emocional ou prazer estético. Isso frequentemente aborrece visitantes brancos, esperando um encantado mundo visual e comunicação fácil em português, duas coisas que os Parakanã não podem oferecer. Consciente disso, me esforcei para aprender a língua e as canções e para participar de rituais sempre que possível. Esse foi meu ponto de entrada na vida Parakanã: dançando e cantando para homens, mulheres e crianças. Embora minhas performances não fossem mais que toleráveis, as pessoas sempre eram generosas em seus julgamentos.