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sábado, 30 de abril de 2022

Made in Brazil

Até os preconceitos costumam ser importados no Brasil. Imitação é a grande especialidade nacional - e quanto mais barata, melhor. 

quarta-feira, 27 de abril de 2022

quarta-feira, 20 de abril de 2022

Hipocrisia, retórica e princípios

"Thomas Jefferson was a hypocrite when he penned ‘all men are created equal.’ Jefferson’s slave-owning doesn’t discredit the principles he articulated. Rather, the principles give us language with which to criticize Jefferson".

Jeet Heer - Crítico literário

quarta-feira, 13 de abril de 2022

Tolstói - Religião, ciência e as imposturas do poder

 Passagens de Carta a um hindu, de Leon Tolstói (grifos meus)


Antigamente, o principal  método de justificar o uso da violência e assim infringir a lei do amor era reivindicar um direito divino para os governantes: czares, sultões, rajás, xás e outros chefes de Estado. Porém, quanto mais a humanidade vivia, mais fraca se tornava a crença nesse direito peculiar dado ao governante por Deus. Ela murchou da mesma maneira e quase simultaneamente no mundo cristão e no brâmane, assim como nas esferas budista e confucionista. Nos últimos tempos, ela desapareceu de tal forma que não prevalece mais contra a compreensão razoável do homem e o verdadeiro sentimento religioso. As pessoas viam cada vez mais claramente, e agora a maioria vê de maneira nítida, a falta de sentido e a imoralidade de subordinar os outros às suas vontades, quando são obrigados a fazer o que é contrário não apenas aos seus interesses, mas também ao seu senso moral. E assim, alguém poderia supor que, tendo perdido a confiança em qualquer autoridade religiosa para uma crença na divindade de potentados de vários tipos, as pessoas tentariam se libertar da sujeição a ele. Os governantes, que eram considerados seres sobrenaturais, se beneficiaram por sujeitar os indivíduos, mas infelizmente não foram os únicos beneficiários. Como resultado da crença e durante o governo desses seres pseudodivinos, grupos cada vez maiores de pessoas se uniram e se estabeleceram ao redor deles, que sob a aparência de governo tiraram vantagem do povo. Quando o velho engodo de uma autoridade sobrenatural e designada por Deus diminuiu, a única preocupação desses homens passou a ser inventar uma nova enganação que tornasse possível manter o povo em servidão a um número limitado de governantes, como fez a antecessora.

[...]

Agora, novas justificativas surgiram no lugar das antiquadas, obsoletas e religiosas. Elas são tão inadequadas quanto as antigas, mas, como são novas, a maioria dos homens não consegue reconhecer sua futilidade imediatamente. Além disso, aqueles que desfrutam do poder propagam esses novos sofismas e os apoiam com tanta habilidade que eles parecem irrefutáveis, até mesmo para muitos que sofrem com a opressão que essas teorias procuram explicar. Essas novas justificativas são chamadas de "científicas", mas pelo termo "científico" entende-se exatamente o que antes era conhecido como "religioso", era considerado inquestionável simplesmente porque era chamado assim, agora tudo que é denominado "científico" é acatado de maneira inconstestável. A justificativa religiosa obsoleta da violência consistiu no reconhecimento da personalidade sobrenatural do governante ordenado por Deus ("não há poder senão o de Deus"). Isso foi substituído pela justificativa "científica".


Em primeiro lugar, a "ciência" apresenta a afirmação de que, como a coerção do homem pelo homem tem existido em todas as épocas, é uma consequência de que ela deva continuar a existir. Essa afirmação de que as pessoas devem continuar a viver como nas eras passadas, e não como sua razão e consciência indicam, é o que a "ciência" chama de "lei histórica".


A segunda justificativa "científica" está na afirmação de que, como há uma luta de constante pela existência entre plantas e animais selvagens que sempre resulta na sobrevivência do mais apto, uma disputa semelhante deve ser realizada entre os seres humanos. Isso apesar do fato de que os humanos são dotados de inteligência e amor, capacidades que faltam em criaturas inferiores, sujeitas à luta pela existência e sobrevivência das mais qualificadas.


A terceira, mais importante e, infelizmente, a mais difundida justificativa é apenas uma pequena alteração da desculpa religiosa milenar: na vida pública, a supressão de alguns para a proteção da maioria não pode ser evitada. Isso torna inevitável a coerção, por mais desejável que seja apenas a confiança no amor nas relações humanas. A única diferença nessa justificação pela pseudociência consiste no fato de que ela agora dá uma resposta distinta daquela dada pela religião ao porquê de algumas pessoas não terem o direito de decidir contra quem a violência pode e deve ser usada. A religião declarou que o direito de decidir era válido porque as pessoas detentoras do poder divino o pronunciavam. A "ciência" afirma que essas decisões representam a vontade do povo, que, sob uma forma constitucional de governo, deve encontrar expressão em todas as decisões e ações daqueles que estão no comando no momento.


Tais são as justificativas científicas do princípio da coerção. Elas não são apenas fracas, mas absolutamente inválidas, e ainda assim são tão necessárias para aqueles que ocupam posições privilegiadas que acreditam nelas tão cegamente como antes acreditavam na Imaculada Concepção, e as propagam com a mesma confiança. E a infeliz maioria dos homens está tão deslumbrada com a pompa com a qual essas "verdades científicas" são apresentadas que, sob essa nova influência, aceita essas idiotices científicas como verdade sagrada, assim como anteriormente aceitava as justificativas pseudorreligiosas. E essa infeliz maioria continua a se submeter aos atuais detentores do poder, que são tão crueis, mas agora mais numerosos do que antes.


Deckard e Batty - para os poderosos, caçando ou caçados, somos todos "replicantes"; toda desobediência precisa ser punida.


quarta-feira, 6 de abril de 2022

Montruosidades Messiânicas

 "Eu vi seu carisma.

Ele o perdeu.

Esfacelou-se diante de todos.

Esse é o problema em criar monstros.

O controle é difícil.

O importante é as pessoas nunca sentirem medo ou fraqueza em você.

Isso é um erro fatal.

Se fraquejar, elas se voltam contra você.

Monstros exigem que seus messias sejam fortes.

Eles detestam ser enganados".

Jim Starlin (em Batman - O Messias - no original, The Cult)


Diácono Blackfire, o "messias", incitando seus seguidores à violência.