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quarta-feira, 18 de julho de 2018

Os fanatismos de esquerda e de direita são igualmente perigosos, inclusive porque se alimentam mutuamente, tendendo a crescer juntos.

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Acho que nunca li o termo "Foro de São Paulo" numa frase que não me soasse delirante...

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Hino à Verdade

Amo-te, adoro-te e busco-te, Verdade, mesmo não te conhecendo, mesmo sabendo que és Musa misteriosa, caprichosa e inacessível, oculta dos olhos mortais por milhares de véus.

Farejo ansiosamente teu perfume, na brisa ou na tempestade, mesmo sem saber reconhece-lo. Fecho meus olhos para ver-te melhor; em meio à balbúrdia, tento ouvir o silêncio de tua voz.

Por ti, Verdade, descerei à caverna mais profunda, subirei a mais alta montanha, afogar-me-ei nas mais densas trevas de meu coração.

Verdade, ó Verdade, mostra-me apenas tua máscara, já que não posso ver teu rosto!

Recebe-me, ó Verdade, em teu santuário: prefiro ser o mais humilde entre teus servos, a ser o sumo-sacerdote da Mentira, tua sombra funesta.

Verdade, ó brilhante Verdade, quantos tormentos já passei, passo e ainda passarei para aproximar-me de ti, Musa adorada.

Doce é a sede que provocas, ainda que torturante; suave é a fome que induzes, mesmo que aterradora. Finos são teus manjares e delicados teus néctares, que nunca provei, encantadora tua companhia, que nunca experimentei.

Musa, ó Musa, compadece-te desse ínfimo mortal!


domingo, 1 de julho de 2018

Rio e mar

Poética reflexão do filósofo Thales de Oliveira:

A corrida da vida é como um rio. Um rio caudaloso atravessando o deserto, buscando algum oceano, para além das areias do tempo, que apazigue suas águas em seu colo imenso, antes que suas últimas gotas tenham se esvaído em alguma fenda oculta e esquecida no mundo.


As duas barbáries e a fábula da Cigarra e da Formiga

Fabulosa reflexão do filósofo Thales de Oliveira:

Barbárie é algo tão violento que sequer é praticado pelas feras da Natureza. 

Ora, duas ideias sempre me pareceram barbárie. Uma delas é destruir a liberdade humana, a noção básica de propriedade ("o ser humano só ama e cuida zelosamente daquilo que pode chamar de seu", como lapidarmente sentenciou Aristóteles) e as bases da competitividade, e assim lançar por terra também todo o desenvolvimento, evolução, aprimoramento vital e excelência que somente a liberdade e o risco competitivo podem proporcionar. 

A outra barbárie é a crença de que aqueles membros da espécie menos aptos para a competição devem ser deixados à própria sorte para morrer, juntamente com seus descendentes pequenos e genitores idosos, mesmo quando há alimento suficiente para todos. 

A primeira ideia pertence ao marxismo tradicional. A segunda, ao liberalismo dogmático. É por isso que ambas as doutrinas são ameaças brutais à civilidade humana. 

Os gregos antigos, principalmente Platão e Aristóteles, jamais apoiariam nenhuma dessas ideias absurdas. Mas nem precisamos ir tão longe: qualquer um que conheça a fábula da cigarra e da formiga jamais embarcará em nenhuma dessas loucuras inumanas. 

A cigarra ficou sem comida, pois enxergou o mundo com os óculos cor-de-rosa semelhantes aos do utopismo socialista. Mas a cigarra não foi dogmaticamente liberal com sua amiga. Não disse que ela merecia morrer porque não fez por merecer o alimento, mas a alimentou zelosamente. E elas sequer usaram a desculpa de não serem da mesma espécie, desculpa essa que socialistas e liberais (envergonhados pela simples leitura da fábula) jamais poderiam usar.


O Brasil no espelho

Excelente provovação do geógrafo Vinicius Borges:

Permitimos, muitas das vezes até incentivamos, que nossos jovens se desenvolvam cotidianamente bombardeados por valores individualistas, egoístas, hedonistas, além de politicamente desinteressados e consumidores compulsivos, enquanto acusamos os jovens jogadores da Seleção de serem individualistas, egoístas, hedonistas, politicamente desinteressados e consumidores compulsivos. 

Sei não, mas, cada vez mais, eu vejo no incômodo que o modo de ser dos únicos astros verdadeiramente globais nascidos no Brasil causa em muitos de nós o reflexo de nosso incômodo com o revelar de nossas enormes falhas enquanto sociedade para todo o planeta. 

E não tem muito jeito... Ou nos esforçamos para, coletivamente, nos organizarmos ao redor da ideia de construção de uma realidade outra - menos insensível, desigual e desumana - ou estaremos eternamente condenados à vergonha diante de nossa imagem no espelho quando revelada ao mundo. 

Cachorro correndo atrás do próprio rabo, em looping contínuo de autodepreciação imobilista...


Corrompendo a juventude

Rio. Zona Norte. Agência bancária. Sexta-feira. 17 horas.

Todos os caixas eletrônicos estão ocupados, mas não há fila. Chega um homem acompanhado da filha de seus 5 anos. Naturalmente, ele passa por cima das linhas estampadas no chão para orientação da fila. Com a inocência típica das crianças, ela protesta: é preciso respeitar a linha! O pai argumenta que não é necessário; a menina retruca:

-Mas, pai, tem que respeitar as regras!

A essa altura o pai poderia oferecer uma resposta sensata, esclarecendo que a linha só serve para ajudar a organizar a fila quando o banco está cheio; que naquele momento não havia fila; que podiam fazer aquilo sem prejudicar ninguém; etc etc etc. Em suma, que apresentasse algum argumento simples e sensato, capaz de fazer a criança compreender que a linha no chão é uma convenção que, naquele momento específico, não precisava ser estritamente observada. No entanto, muito brasilicamente, o pai sai com uma resposta marota, iniciando a menina nos cândidos descaminhos da burla e do cinismo:

-A gente tá sozinho (sic) aqui - não tem ninguém olhando.

E assim começa a primorosa formação de uma jovem cidadã da República Federativa do Brasil: heteronomia pouca é bobagem...


Manuela na Roda

A entrevista de Manuela d'Ávila no Roda Viva foi conduzida de modo malicioso? Sim. 

Manuela d'Ávila tem pouco preparo para a empreitada que almeja? Também.

Quem deseja enfrentar um Congresso hostil precisa ser igualmente capaz de enfrentar a hostilidade de um painel de entrevistadores. Seria ingênuo esperar facilidade de onde ela não poderia vir. Ser Presidente da República não é moleza.


Pão e Copa

Admito, embora relutante: a Copa do Mundo é uma patologia cultural menos pior que o circo romano. Mas só um pouquinho...


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