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segunda-feira, 29 de junho de 2020

Chaves, Café e Erotismo


No primoroso livro "O diário do Chaves", Roberto Goméz-Bolaños faz insinuações bem sugestivas sobre as famosas "xícaras de café" na casa 14 da vila. O menino Chaves, narrando em primeira pessoa, se pergunta ingenuamente o que Prof. Girafales e Dona Florinda passavam tanto tempo fazendo sozinhos lá dentro. 

No próprio seriado há um episódio em que o  Professor entra na casa de Dona Florinda e logo manda Quico desligar a TV e ir brincar na vila. O garoto protesta, mas a mãe diz que ela e Girafales precisavam "descansar"...

Eu era adulto quando li "O diário do Chaves" e confesso que fiquei um tanto... abalado. Especialmente porque a obra é do próprio Bolaños, então parece que a coisa sempre foi proposital, mais que uma insinuação tardia. Talvez uma piada para os adultos, inclusive porque no México não era um programa propriamente infantil; era transmitido pela Televisa para uma audiência ampla, nas noites de sábado. 

Chaves e Chapolim foram televisionados como programas "infantis" no Brasil, por opção do SBT. No entanto, inúmeros episódios possuem insinuações de caráter sexual, geralmente sutis. Há discretas referências a pornografia (as tais revistas do Seu Madruga), homossexualidade (especialmente no episódio em que vários personagens suspeitam de envolvimento homoerotico entre Seu Madruga e Prof. Girafales) e até a sadomasoquismo (o beliscão acidental de Prof. Girafales na "Bruxa do 71").

Minha geração era criança e cresceu vendo tudo com o mesmo olhar inocente. Mas imaginar que enquanto as coisas se passavam no pátio da vila havia gente (figurativamente) "haciendo amor" nos bastidores... Perturbador.

Nos choca perceber tardiamente que a relação entre Girafales e Florinda fosse além dos platônicos buquês de flores e xícaras de café...

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