O designer japonês Hajime Narukawa foi recentemente premiado por elaborar uma engenhosa e inovadora projeção cartográfica, que preserva com elegância as proporções entre as superfícies de oceanos e continentes.
Desenvolver qualquer projeção cartográfica original, especialmente depois de tantos séculos de experimentos é uma gigantesca proeza criativa e técnica. Palmas para Hajime Narukawa! Muitas palmas!!!
No entanto, como vivemos num mundo sensacionalista, diversos meios de comunicação divulgaram o mapa como uma imagem "real" do mundo. Algumas mídias, inclusive, deram conotação política à notícia.
Convém, todavia, lembrar que NENHUM mapa
representa o mundo "como realmente é". Nosso planeta é aproximadamente esférico, e é impossível retratá-lo de modo absolutamente fiel numa superfície plana. Assim sendo, TODO mapa (inclusive esse,
obviamente) é uma projeção; toda projeção cartográfica implica alguma
escolha: certas informações são deformadas, para que outras sejam
preservadas. Sempre há algum ganho e alguma perda. Lost in mapping: todo cartógrafo, assim como todo tradutor, é um traidor...
Resumindo: existem
inúmeras projeções, e todas elas são "verdadeiras" em algum sentido, mas
nenhuma delas é 100% verdadeira... A "tradicional" projeção de Mercator é apenas um artifício matemático, que pode ser empregado de diversas maneiras (inclusive botando a Europa num cantinho ou na parte "de baixo", conforme o gosto do freguês) - NÃO é uma
projeção hegemônica-eurocêntrica-capitalista-do-mal... ok?!
segunda-feira, 7 de novembro de 2016
O mundo "como ele é"...?!
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