"O Capetalismo é uma religião fundada na Europa por volta do século XV.
Seu principal patriarca é Jacó Fugger (1459-1525), mas o maior profeta da
religião foi Adão Smith, o primeiro a testemunhar a ação
providencial da Mão Invisível, como mostra o Novíssimo Testamento.
Friedman é seu teólogo mais popular atualmente; ele redigiu a Concordata do Estado Mínimo, ratificada no Segundo Concílio de Wall Street. Uma das mais perigosas
heresias capetalistas foi liderada pelo autointitulado profeta João
Keynes, mas se encontra hoje em vias de extinção.
Atualmente o Capetalismo possui inúmeras denominações; as denominações
mais comuns no Brasil são Santander, Bradesco e Itaú. O partido
brasileiro PMDB sofre constantes acusações de misturar política com a
pauta religiosa capetalista, porém sua principal liderança atual segue, na verdade, o Satanismo.
A religião capetalista adora a Diabólica Trindade
composta pelos ídolos Jurus, Lucrus e Efitientia. Nos tempos da Revolução Industrial essas divindades eram apaziguadas pelo sacrifício de criancinhas em minas de carvão, mas a liturgia atual costuma ser celebrada em altares conhecidos como 'caixas eletrônicos',
onde são costumeiramente imolados trabalhadores (adultos). Os principais
teólogos capetalistas defendem a escravidão por dívidas como prática
meritória. O Capetalismo é praticado em templos denominados 'bancos'.
Existem capetalistas praticantes e não-praticantes: os primeiros
costumam ser identificados como 'ricos', enquanto os segundos são
conhecidos como 'pobres'. No entanto, muitos 'pobres' costumam se
identificar como 'classe média'. A principal peregrinação capetalista é a
viagem à Disneylândia; muitos jovens brasileiros costumavam cumprir
essa obrigação como rito de passagem, ao completar 15 anos de idade, mas essa prática se torna cada vez menos comum.
O
principal festival capetalista chama-se Natal, data comemorativa derivada de
uma religião mais antiga, conhecida como Cristianismo, cujo fundador certa vez teria dito: 'É mais fácil passar o camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar o rico no Reino de Deus'".
(Extraído de
Marx Wermer, A ética capetalista e o espírito do neoliberalismo)
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