"Meu nome é Adam Susan. Eu sou o líder.
Líder dos perdidos. Governante das ruínas.
Eu sou um homem como qualquer outro.
Eu conduzo o país que amo para fora da desolação do século vinte. Acredito na sobrevivência. No destino da raça nórdica. Eu acredito no fascismo.
Oh, sim. Eu sou fascista. O que é fascismo? Uma palavra. Um termo cujo significado se perdeu no resmungo dos fracos e traidores.
Os romanos inventaram o fascismo. Um feixe de gravetos era seu símbolo.
Um graveto sozinho podia ser partido. O feixe resistiria. Fascismo... Força da União.
Eu acredito na força. Eu acredito na união.
E se a força, a união de propósitos, exige uniformidade de pensamentos, palavras e feitos, que assim seja.
Eu não ouvirei súplicas por liberdade. Sou surdo aos apelos por direitos civis. Eles são luxos. Eu não acredito em luxos.
A guerra escorraçou os luxos. A guerra escorraçou a liberdade.
A única liberdade que resta ao povo é passar fome. A liberdade de morrer... de viver num mundo caótico.
Devo conceder a eles tal liberdade?
Creio que não.
Reservo a mim a liberdade que nego aos outros? Não. Eu me restrinjo à minha cela e sou apenas um servo. Eu, que sou mestre de tudo que posso ver.
Eu vejo a desolação. Contemplo as cinzas. Possuo tanto e tenho tão pouco.
Eu não sou amado, nem de corpo nem de alma. Jamais conheci o murmúrio da ternura. Nunca senti a paz que reside por entre as coxas de uma mulher.
Mas eu sou respeitado. Sou temido. E isso é o bastante..."
Monólogo mental do personagem Adam Susan, da ficção distópica V de Vingança, de Alan Moore e David LLoyd - originalmente publicada em 1981, no Reino Unido, mas sinistramente atual...
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