Um amigo mais velho que eu, cujo pai foi preso na Ditadura por escrever o que pensava, me contou que mal tem dormido nas últimas noites, com pesadelos sobre suas memórias do pai encarcerado.
Triste demais. Escrevo isso com lágrimas nos olhos.
Me lembra também uma outra história, sobre um amigo de minha mãe, que era militar: dizia ele que um dos momentos mais tristes de sua vida foi quando teve de conduzir Ziraldo para prestar depoimento. O cartunista, culpado do grave crime de desenhar, atendeu a porta de pijama. Dizia ele que diante do cartunista vulnerável, inofensivo, desarmado, se sentiu um lixo.
Escreva, desenhe, pense. Enquanto pode. Antes que volte a ser crime.
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