Esse século tinha 13 anos, dado aos exuberantes arroubos da puberdade.
Tudo era possível, nada parecia inalcançável.
Um êxtase febril, délfico, se inalava das nuvens de lacrimogênio. Entre lágrimas e gargalhadas, a greve rugia alegremente. O futuro havia chegado, com ofuscantes sonhos de renovação.
As ruas eram a casa do povo; seu grito estremecia os palácios. Das trevas da Inglaterra seiscentista, via quadrinhos, tela, Wall Street, como otimista pesadelo, o espectro de Guy Fawkes assombrava as cidades brasileiras.
Que dizer? Que fazer? Que pensar? Ninguém sabia. Apenas os mal informados tinham certezas. Não havia promessas ou premissas naquela sensata loucura. Tudo era imprevisto; tudo era imprevisível. O inesperado trazia esperança; o desejo nascia do indesejável.
O Corcovado era Vesúvio. O mar virou sertão. Os índios, finalmente, devoraram Cabral.Ninguém estava vacinado contra a revolta.
Maracanã, Maracanã!
Prometeico 2013. Ano dionisíaco. Ano satírico. Ano titânico e olímpico a um só tempo. Ano-milênio-era. Alfa, Ômega e Jânus.
Que nos sobrou de 2013?!
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