Que queres, amigo?
Que queres, meu caro?
Um prato de lentilhas?
Uma sarça ardente?
Trinta dinheiros de lata?
Uma flecha no calcanhar?
Uma cabeça em bandeja de prata?
Um bezerro de ouro?
Uma sabina raptada?
Um cálice de vinho?
Um cálice de sangue?
Quatro cravos?
Um flanco ferido?
Uma lança ensanguentada?
Um cavalo de madeira?
Uma espada na pedra?
Um almirante defenestrado?
Uma cabeça de rei da Escócia?
Um crânio de bobo da Dinamarca?
Uma conspiração em março?
Uma rainha envenenada?
Uma virgem imaculada?
Que queres?
Que queres, camarada?
Um caminho para o céu?
Um caminho para as Índias?
Cinquenta anos em cinco?
Um barco para Utopia?
Um pacto demoníaco?
Uma arca de aliança?
Um ato institcional?
O ouro do Reno?
Um anel de nibelungo?
Uma valquíria adormecida?
Um doge morto em Veneza?
Uma dama entre camélias?
Que queres, meu irmão?
Uma catedral em Paris?
Uma mesquita em Constantinopla?
Um túmulo em Jerusalém?
Um espetáculo circense?
Uma migalha de pão?
Uma hóstia consagrada?
Uma pedra filosofal?
Um elixir de longa vida?
Um telegrama da Crimeia?
Uma carta de Verdun?
Um incêndio em Quioto?
Uma bomba em Nagasaki?
Um Fokker vermelho?
Uma divisão Panzer?
Um telefonema de Moscou?
Um rifle em Stalingrado?
Um canhão em Canudos?
Uma vitória em Riachuelo?
Um Abelardo castrado?
Uma Heloísa enclausurada?
Um tapete de Ítaca?
Um cão fiel?
Uma Capuleto apaixonada?
Um Montecchio ensanguentado?
Um corcunda no campanário?
Uma cigana enamorada?
Uma lâmpada maravilhosa?
Um trono em Lisboa?
Uma missa em Paris?
Um palácio em Granada?
Um corvo na janela?
Uma máscara escarlate?
Um barril de amontilado?
Um tesouro em Montecristo?
Uma casa em Santa Helena?
Uma noite em Varennes?
Uma festa em Rouen?
Um tratado em Versalhes?
Que queres?
Que queres, amigo?
Que queres, meu caro?
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