Paris é cidade ao mesmo tempo encantadora e sufocante, fascinante e monstruosa. Respiramos um ar suave e denso, carregado com mais de dois mil anos de história, dois milênios de glórias e tragédias.
A cidade é monumental, cada esquina traz uma memória - lembranças doces ou amargas. Cada boulevard leva o nome de um general ou de uma batalha.
Palco de grandes triunfos do intelecto, das artes, da ciência, mas também de terríveis atos de violência e selvageria. Paris é tudo ou nada - o ápice da civilização e o abismo da barbárie ao mesmo tempo: a ópera e o massacre, o ballet e a guerra, o cavalete e a guilhotina, a escultura e o canhão, Victor Hugo e Napoleão III.
Mesmo o Louvre, palácio da beleza e do saber, já foi antro de intrigas e violências; Notre Dame, templo de arte e de intolerância. Para cada pedra ou tijolo, existe uma lágrima e uma gota de sangue; cada encanto se enraíza em mil tormentos.
O turista deslumbrado se deixa iludir pela beleza superficial, mas o historiador conhece as pulsantes entranhas de Paris.
Como não amar essa cidade? Como não detestar essa cidade? Paris é intensa demais: precisa ser amada e odiada.
O ar da cidade ecoa muitas vozes, cânticos de júbilo e gritos de dor. Paris tem um passado ensurdecedor...
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