Resposta rápida a alguns questionamentos no Facebook:
Para
início de conversa, você sabe mesmo o que é socialismo? Sou um
socialista muito heterodoxo. Para mim, a democracia vem sempre antes do
socialismo. Vejo o socialismo como um conjunto de valores, e não como
uma ideologia e, muito menos, um "pacote ideológico" completo. Não
acredito em economia planificada, por exemplo - mas também não acho que
uma economia de mercado absolutamente desregulada seja boa para ninguém
(exceto, talvez, os ricos). Não defendo o socialismo como um "regime
político". Costumo, inclusive, brincar: meu cérebro é socialista, meu
coração é anarquista, meu estômago é capitalista - e afinal de contas,
ninguém vive sem cérebro, coração ou estômago. Para resumir muito minha
visão de mundo, creio que o ideal seria termos um mercado forte, um
estado mais forte e uma sociedade civil SUPERFORTE, vigiando o Estado e o
mercado. Não acredito num estado cuidador (ao contrário do Crivella,
por exemplo). Pelo contrário, evoco sempre a sabedoria de Juvenal: "Quem
vigia os vigilantes?". Também gosto muito daquele pensamento anônimo,
normalmente atribuído a Jefferson: "O preço da liberdade é a eterna
vigilância". O Estado e o mercado podem (e costumam) se tornar vorazes,
e precisam ser cuidadosamente controlados pela sociedade. Concluindo,
posso te dizer alguns sentidos em que o socialismo deu muito certo:
agradeça aos socialistas, anarquistas, trabalhistas etc do passado por
algumas conquistas históricas importantes, como 13º salário, férias
remuneradas, previdência social/aposentadoria, licença médica (e outras
licenças), escola pública (uma invenção "jacobina"), entre outras coisas
que certamente te beneficiam. O capitalismo e o liberalismo seriam
insuportáveis se não tivessem incorporado, historicamente, inúmeras
demandas vindas do campo da "esquerda". Quanto aos impostos, eles são
sempre necessários - a não ser que você prefira viver numa sociedade
anarquista, o que deve ser legal pra caramba. O que é extremamente
necessário - e não acontece aqui no Brasil - é uma distribuição mais
justa e proporcional da carga tributária. A classe média é a mais
achatada pelos impostos diretos e indiretos. Por sinal, uma das
principais pautas da campanha presidencial de Luciana Genro em 2014 era a
reforma tributária.
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