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domingo, 24 de junho de 2018

A política e a serpente

Sábia reflexão do filósofo Thales de Oliveira:

A política não se torna a mais desonesta das atividades humanas apenas quando há dinheiro envolvido. Muito antes disso ela é completamente corrompida: desde a própria origem da coisa. 

Não há e não pode haver lugar de disputa com menos fair play e respeito à lógica do que o debate político. É o momento em que as pessoas mais racionais, equilibradas e sensatas abrem mão, sem cerimônias, da transparência, polidez, elegância, veracidade e até da própria lógica e mínima coerência. 

Os melhores seres humanos se transformam no furor de suas paixões políticas. E partem para o tudo ou nada, sem se importar com princípios e consequências, se a meta é vencer, derrotar e até humilhar o seu interlocutor. Os romanos estavam certos: o poder corrompe. O que eles deveriam ter adicionado é que o poder corrompe antes mesmo de ser poder no sentido forte. O simples poder adquirir poder já é o suficiente. Basta um pequeno palco e veremos a vaidade humana desmascarar a face mais sofística de qualquer um de nós. 

Que nenhum de nós, em momento algum, cometa a temeridade de se julgar imune ao poder dessa serpente. Será o primeiro a sucumbir perante a virulência do seu veneno!

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