Nunca fui petista, mas já votei inúmeras vezes no PT. O PT no qual votei
não existe mais; me pergunto até se ele realmente existiu algum dia.
Quanto ao impeachment, sou contra, não acho que seja bom para o Brasil.
Gostaria de ver o PT derrotado em 2018, mas não torço para que seja
derrubado em 2016, principalmente em favor de Temer & cia.
Todavia,
confesso que a retórica do "golpe" AINDA não me convenceu. Os argumentos
jurídicos de AMBAS as partes me parecem excessivamente escorados em
tecnicalidades jurídicas escorregadias. Por via das dúvidas, acho que o
impeachment deveria ser evitado, mas não sei dizer se o rótulo de
"golpe" é adequado.
Por sinal, penso nos "coups de majesté" assinalados
por historiadores do antigo regime francês e me pergunto se não caberia
falar em diversos "golpes de majestade" efetuados pelo governo nos
últimos anos, desde as traições aos movimentos sociais.
Em 2014 vi
amigos e conhecidos sendo perseguidos às vésperas da final da copa.
Passei um fim de semana inteiro esperando a hora que a polícia bateria à
minha porta, pelo "crime" de fazer greve. Tudo arquitetado sob a batuta do poder fluminense. Naquela
semana aguardei - em vão - que o PT e suas lideranças se pronunciassem
"em defesa da democracia". Poucos dias antes, por sinal, fora descontado
ilegalmente por participar da greve da SME. Recebi apenas R$ 48,00;
alguns colegas receberam centavos. Me lembro MUITO bem em quais
palanques Lula andou nas eleições de 2009 e 2012. Mais uma vez, o
Partido "dos Trabalhadores" permaneceu calado.
Naquela semana fomos
espancados em nossos direitos civis, duramente "golpeados" sob o olhar
complacente de Dilma, Lula e PT.
E o "massacre da Cinelândia", em 2013?!
E Belo Monte? Repito: E Belo Monte?
E BELO MONTE?!
Como bem sabiam os pensadores da Idade Moderna, a tirania pode muitas
vezes se travestir de legalidade. Os tiranos de todos os partidos usam a
legalidade sempre que possível, e recorrem à ilegalidade sempre que
necessário.
Não apoio nem desejo o impeachment, mas não me sinto
minimamente comovido ou convencido a gritar "não vai ter golpe".
Talvez
eu me arrependa futuramente; agora, não: o PT me deu ótimos e abundantes
motivos para NÃO defendê-lo.
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