O resultado é um livro surpreendente, onde não encontramos nada do que esperamos em memórias de guerra. A começar pelo fato de que Alan Ingram Cope participou da II Grande Guerra, mas jamais esteve em combate. Alan chegou à Europa muito depois do desembarque da Normandia. De fato, seu regimento foi até a antiga Tchecoslováquia, contudo sempre atrás das tropas que estavam realmente no front.
O interesse do relato está em sua vívida descrição dos hábitos e do cotidiano dos soldados em sua situação: as manobras, os treinamentos, as amizades, as distrações e divertimentos... Ainda mais interessante é a narrativa do período posterior ao armistício, onde aborda as complexas relações entre os soldados e os habitantes das regiões ocupadas, numa atmosfera tensa, marcada por conflitos e negociações, imposições e concessões. De certo modo, "A Guerra de Alan" é uma crônica da guerra vista pela retaguarda.
Não podemos, é claro, esquecer da belíssima arte de Guibert, que tem um estilo muito próprio, muitas vezes misturando desenhos com fotografias de modo extremamente criativo. Confira abaixo.
O livro tem tradução brasileira da Zarabatana Books.
Os soldados no clube de música erudita
Transporte ferroviário de tropas
Treinamento: homem vs tanque
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