Lá se vão mais de dez anos escrevi um lamento sobre as multidões que ganharam as ruas dos Estados Unidos para comemorar a morte de Osama Bin Laden.
Da mesma forma, lamento hoje todos os comentários mesquinhos e piadas publicados na Internet acerca da morte de Olavo de Carvalho.
Comemorar e ironizar a morte de qualquer ser humano, por mais perverso que seja, é um gesto que nos rebaixa, não apenas em termos individuais, mas principalmente no plano coletivo.
É ainda mais triste constatar que muitos dos que hoje debocham da morte de Olavo de Carvalho estavam entre aqueles que se sentiram indignados com a falta de respeito à morte de Marielle Franco. Falta aqui, no mínimo, uma boa dose de reflexão e autocrítica.
Não pretendo aqui julgar ninguém; admito que eu mesmo não consegui conter o riso diante de algumas das piadas que chegaram a mim, as quais, por razões óbvias, não passei adiante.
Justificar tal atitude pelas falhas de caráter do próprio falecido é cultivar tais falhas dentro de nós mesmo e, em certo sentido, perpetuar o legado de ódio, grosseria e intolerância que ele deixou.
Como bem dizia Carlos V, "não faço guerra aos mortos"; que Olavo de Carvalho descanse em paz.
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