Quando eu era um jovenzinho sonhador e esperançoso, acreditava que a plenitude humana consistia em "viver em paz consigo mesmo e com o mundo". Mais de duas décadas depois, enquanto termina o verão de minha vida e pressinto os ventos do outono que chega, ainda não encontrei essa paz. Nas pequenas e grandes batalhas da vida, enfrentadas certamente com alguma presunção e muita ingenuidade, encontrei muita fadiga e pouca glória. Nos duros choques com a realidade, meu otimismo juvenil se converteu em um agridoce "pessimismo esperançoso". Talvez eu simplesmente precise dar uma trégua ao mundo, para cultivar alguma paz dentro de mim. Como dizia um grande mestre e amigo, "buscar dentro o que não está fora". Muito me falta ainda para cultivar essa serenidade diante de um mundo que parece desmoronar. Nos refúgios mais profundos de minha alma, ainda que por breves instantes, experimento essa paz. Preciso aceitar o mundo como ele é, sem acomodação cínica, nem revolta estéril, para talvez, algum dia, "viver em paz comigo mesmo" - e, quem sabe, "com o mundo".
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