Hoje pela manhã, dois conhecidos meus comemoravam a expedição do mandado de prisão do Lula com a alegria delirante de uma pessoa que ganha a Mega-Sena. Sorrisos de orelha a orelha, vozes alteradas, gargalhadas um tanto histéricas, olhar perturbador.
Havia algo de sádico e macabro nesse êxtase penal.
Um deles, particularmente, estava muito mais exaltado que seu ânimo costumeiro; havia algo de religioso em seu gozo - e, com efeito, ele afirmava que a prisão "desses corruptos todos" estava prevista pelo proofeta Isaías (sic).
Independentemente de minha atual aversão a Lula, toda essa cólera transfigurada em regozijo me pareceu um tristíssimo espetáculo. Inocente ou culpado, a prisão de um ser humano é algo digno de misericórdia, não de exultação. Espero apenas que nossos corações não se afoguem nessas águas tormentosas e atormentadas.
Pobres de nós, que sentimos nossas almas assediadas por tão sombrias emoções...
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