"Quanto menos a inteligência adere ao real, mais devaneia com
revoluções. [...] Há revolucionários por ódio do mundo ou por aspirarem à
catástrofe, mas, em geral, os revolucionários pecam por otimismo. Todos
os regimes conhecidos são condenáveis se comparados a um ideal abstrato
de igualdade ou de liberdade. Apenas a revolução, por ser uma aventura,
ou um regime revolucionário, por consentir o uso permanente da
violência, parece ser capaz de atingir a meta sublime. O mito da revolução
serve de abrigo para o pensamento utópico, se torna o intercessor
misterioso e imprevisível entre o real e o ideal. A própria violência
atrai e fascina mais do que causa aversão. [...] Homem nenhum é
insensato a ponto de preferir a guerra à paz. Essa observação de
Heródoto devia se aplicar às guerras civis. [...] Podemos às vezes nos
perguntar se o mito da revolução não se junta, afinal, ao culto fascista
da violênca".
Raymond Aron
"A Revolução [Francesa] não adotou igreja alguma. Por quê? Porque era, ela própria, uma igreja".
Jules Michelet
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