Dedicado aos amigos Tiago Ribeiro e Vinicius Borges, interlocutores de parte dessas inquietações
O exercício profundo da autocrítica é algo trabalhoso.
Em primeiro lugar, devo conhecer minhas próprias ideias, o modo como elas se articulam e, tarefa sempre complicada, identificar suas contradições e paradoxos.
Em outro nível, devo buscar os contextos, épocas e lugares em que essas ideias foram engendradas, e examinar as distâncias entre a realidade que vivo e as realidades em que as ideias que ora me habitam foram pensadas.
Por fim, e talvez mais complicado, preciso entender de que maneira essas ideias chegaram a mim, através de que caminhos e descaminhos elas palmilharam a distância entre o presente que vivo e o passado em que emergiram, em um longo processo em que foram interpretadas, filtradas, traduzidas e modificadas por uma miríade de intermediários.
Tais são as condições mediante as quais preciso examinar a mim mesmo, em sentido amplo e profundo. Através dessas operações intelectuais posso, talvez, chegar a superar as contradições e paradoxos que percebo em mim...
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