Poema do Fred Oliveira (dedicado a mim - que honra!)
Que eu aprenda na escola o que é a vida
Que eu escolha bem os meus amigos
Que eu saiba de cor cantar o hino
Que eu vá à Igreja aos domingos
Que eu apague a luz do quarto e durma.
Que eu faça a coisa certa
Que eu peça licença ao sair da mesa
Que eu tenha a tabuada na cabeça
E torça para algum dos times
Que eu não quebre o protocolo
E nunca seja inconveniente.
Que eu não brinque com coisa séria
Que eu seja alguém na vida
Que eu não coma carne em dia santo
Que eu não insista nos meus erros
E não deixe para amanhã o que posso fazer hoje
Que eu feche os olhos e diga só coisas bonitas.
Que eu conheça ao menos um trecho da Bíblia
Que eu leia, acredite e jamais duvide
Que eu não entre na briga e nem xingue
Que eu aguente firme apesar de tudo.
Que eu seja comedido na minha ira
Que eu saiba distinguir joio e trigo
Que eu não faça aos outros o que não quero que façam comigo
Que eu não diga à plateia o que sentimos
Que eu consiga um emprego subalterno como os outros da fila.
Que eu me aliste no exército aos 17 anos
Que eu não seja ateu
Que eu ame uma menina e não a um menino
Que eu constitua uma família e tenha muitos filhos
Que eu chore no enterro como todo mundo.
Que eu aceite o que não gosto com um sorriso
Que eu tema o Inferno e queira o Paraíso
Que eu me acostume a demagogiazinha nossa de cada dia
Que eu tenha juízo
E agradeça a Deus o pão à mesa.
Que eu acompanhe o ritmo
E dance conforme a música
Que eu meça as palavras e seja eu mesmo
Que eu fique em casa nos dia de chuva
Que eu viva em paz com a minha consciência.
Que eu pregue um diploma na parede
Que eu cumpra todos os meus compromissos
Que eu não falte com a esmola ao mendigo
Que eu me arrependa dos meus pecados
E me orgulho de ser pobre, honesto e faminto
E se alguém perguntar como estamos
Eu diga: - Estamos todos bem!
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In: Quase Poesia, de Fred Oliveira
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Para Luiz Fabiano Tavares
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