E aí eu me pergunto: alguém consegue desenvolver um BOM artigo acadêmico
com reflexão INÉDITA em menos de 10 mil palavras?!
Vale realmente a
pena investir dinheiro público dessa maneira...?
Não seria melhor
reduzir a quantidade de artigos por número do periódico, otimizando
assim o uso do espaço (e do orçamento)?
É preferível publicar 20 artigos
amputados ou 10 artigos satisfatoriamente desenvolvidos?
Queremos
promover reflexão original ou apenas acumular redundâncias?
Creio que seríamos capazes de produzir conhecimento de modo mais profundo eficaz se
não operássemos dentro de um sistema onde a quantidade quase sempre
leva a melhor sobre a qualidade. Aliás, as duas coisas se complementam,
às vezes em proporção inversa: MENOS quantidade, em muitas ocasiões,
pode estimular MAIS qualidade - acho que é precisamente a questão
aqui.
Há alguns anos li um texto muito interessante do historiador britânico Keith Thomas sobre
essa problemática, que penso ser mundial. No texto em questão, Thomas
pontuava que algumas obras seminais da historiografia britânica
produzidas 50 ou 60 anos atrás seriam inviáveis dentro dos padrões de
produção acadêmica atuais. Certamente estamos produzindo muito
conhecimento, com variáveis níveis de qualidade, mas fico me perguntando
sobre o conhecimento que NÃO estamos produzindo, pressionados e condicionados por essas
políticas públicas arbitrárias.
"Qualis ou 'quantis'?!" - indagaria o Mussunzis... Cacildis!
Qual é a
métrica que equaciona esses problemas?
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