Na recente inauguração do "Templo de Salomão" (sic) da Igreja Universal o aspecto que mais despertou minha atenção foi o tom carnavalesco da coisa. Não consigo descrever minha sensação ao ver todas aquelas pessoas fantasiadas, aquele arremedo canhestro de Antigo Testamento, dignos de escola de samba do grupo Z ou de novela (especialmente da Record).
Mais perto da paródia que da reconstituição histórica, tanto o edifício quanto a cerimônia me lembraram outras falsificações, produzidas em nome do entrenimento, como os parques temáticos ruins, a arquitetura de Las Vegas ou os patéticos filmes bíblicos transmitidos na Páscoa. Também tem um quê de shopping center e das fantasias usadas na publicidade barata, no melhor estilo de Madureira. É a religião em forma de espetáculo kitsch, de produção trash.
Na verdade, creio que o episódio e o edifício são representantes fiéis da Igreja Universal, com sua ética consumista e estética publicitária. O Templo (sic) de Salomão é, de fato, o monumento supremo da fé transformada em mercadoria. Mas, como diria a Dilma, "feliz é a nação cujo Deus é o senhor".
Tragam logo o Juízo Final, por favor, mas dessa vez produzido por George Lucas...
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