Durante o prolongado período de instabilidade política que o Brasil passou entre 1930 e 1964 havia grande cópia deles; minha avó era uma verdadeira enciclopédia desses rumores, e sempre encerrava essas narrativas com uma pausa dramática, seguida de um dito que enfatizava seu ceticismo: "Dizem...". Boatos sobre a vida íntima da família Vargas, a morte de Dutra, o suicídio de Getúlio, as intenções de Jânio ou Jango, a morte de Castello Branco... e por aí vai.
Hoje, com a intensificação das turbulências que marcaram o segundo mandato de Dilma, o processo de impeachment e o atual mandato de Temer, os boatos correm frouxos, como sinais e sintomas da turbulência e da falta de transparência que tomaram de assalto a vida política de nosso país.
No futuro, poderei então contar um monte de coisas a meus netos, adotando também o retumbante "Dizem..." de minha avó.
Dª Nair, enciclopédia de boatos |
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