Acabo de ler um texto de 11 anos atrás com críticas veementes a um clipe
(já esquecido) de uma cantora pop (já esquecida). Requiescat in pace.
O clipe supostamente
seria uma brutal violência da cultura imperialista etc etc etc. Logo
abaixo seguia-se uma longa salva de comentários recheada de réplicas e
tréplicas, onde inúmeras pessoas "engajadas" e devidamente
"escandalizadas" discordavam visceralmente entre si.
Apenas um
comentário sensato destacava que era
apenas uma obra artística de baixa qualidade chocada entre tantas outras
de teor semelhante e que, provavelmente, não seria a referência
cultural decisiva apontada pelo autor do texto e demais leitores.
Mais
de uma década depois, sabemos quem tem razão.
Por sinal, é curioso
lembrar que dez anos atrás as pessoas já discutiam loucamente na
Internet por coisas absolutamente inexpressivas. Vivemos a era das
polêmicas efêmeras e indignações banais. Pior ainda, estamos em pleno
processo de banalização da indignação.
Touché.
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