Sinceramente, nenhuma das argumentações, da acusação ou da defesa, me
deixou plenamente convencido. Fosse eu um senador, votaria contra o
impeachment: in dubio pro reo. Todos são inocentes até que se prove em
contrário, além de qualquer dúvida razoável - e aqui há espaço para
muita dúvida razoável. Por outro lado, é justamente essa opacidade das
interpretações e sutilezas jurídicas que também me leva a desconfiar dos gritos de
"golpe". É uma farsa, certamente, mas será mesmo um golpe?
Enfim, esperar verdadeira justiça do Estado - qualquer Estado - é como pedir presentes ao
Papai Noel: acontece poucas vezes na vida e não funciona do jeito que
nós imaginamos. Santo Agostinho e Nietzsche sabiam disso. O Leviatã é e
sempre foi um monstro canceroso - e nós sabemos muito bem quais células
levam a melhor nesses casos. Ruim com ele, pior sem ele. Ou não?
Nenhum comentário:
Postar um comentário