Transcrevo aqui dois interessantes comentários elaborados por colegas historiadores.
1) Fernando Vilela
"Dilma Rousseff é uma incógnita.
Heroína ou bandida? Uma ladra
que cometeu o crime das pedaladas fiscais ou uma vítima de um golpe orquestrado pela elite que quer manter seus privilégios? Culpada ou
Inocente? E o Temer?! Ele é o Salvador da Pátria ou o Judas Iscariotes?
Demorará anos para chegar a um consenso sobre ela, se é que um dia isso
chegará. Seu Impeachment será um trauma para a Esquerda. Os futuros
livros de história de direita dirão que seu Impeachment foi fruto da
maturidade das instituições democráticas do Brasil, os de esquerda dirão
que foi fruto de um golpe orquestrado pela elite de direita para acabar
com os programas sociais do PT e manter seus privilégios e dominação de
Classe.
Dilma dividiu o país entre Coxinhas e Petralhas. Metade
da população acha que ela é uma vítima, outra acha que ela é culpada. A
diferença entre ela e o Collor é que o Impeachment de Collor uniu o
Brasil contra ele, o da Dilma dividiu.
Vai ser difícil unir o
Brasil depois dessa. Temer não conseguirá devido a seu não
reconhecimento pela esquerda e pela sua falta de tato político.
Queiramos ou não, seu Impeachment entrará para a história do Brasil e no
correr dos séculos despertará discussões apaixonadas entre seus
apoiadores e detratores. 2014 será visto por uns como o novo 1964 e por
outros como o novo 1992.
Nunca se chegará a um consenso se ela é culpada ou inocente".
2) Fred Oliveira
"Num país onde, leigo ou sumidade, ninguém transige, tendo todos certeza
das próprias certezas, a política está morta, tudo está perdido.
Deveríamos, antes da adesão festiva a
qualquer dos lados, nos envergonhar da mediocridade das opções. Nenhuma
delas merece aplauso! Mas, infelizmente, nos tornamos um país de
plateias..."
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