Newsletter

Sua assinatura não pôde ser validada.
Você fez sua assinatura com sucesso.

Oficina de Clio - Newsletter

Inscreva-se na newsletter para receber em seu e-mail as novidades da Oficina de Clio!

Nous utilisons Sendinblue en tant que plateforme marketing. En soumettant ce formulaire, vous reconnaissez que les informations que vous allez fournir seront transmises à Sendinblue en sa qualité de processeur de données; et ce conformément à ses conditions générales d'utilisation.

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

"Nada mais capitalista do que ganhar a qualquer custo"

Reflexão de um amigo que generosamente oferece sua voz a muitos através do anonimato

O mundo é muito doido. Vejo gente tentando combater bolsonaristas no Twitter, no Facebook... Enfim, na Internet. Luta, gasta energia com alguém que não conhece e que vive pela frustração e não nota que o pai, a mãe e o tio votaram no Bolsonaro. Muitas vezes essa galera só quer ser ouvida porque está com medo. 

Aqui em casa é um exemplo. O meu pai adorava o Lula e, depois de tudo que aconteceu no governo e no pós Dilma, pegou uma antipatia pelo PT. 

A conversa é constante e nunca tem um ponto final. 

Ele votou no Ciro e, se eu fosse seguir o modus operandi da Internet, já tinha a frase feita "Você está contribuindo para o fascismo". Depois do resultado ele veio com uns dados sobre o Bolsonaro e depois de alguma conversa veio a frase: "Eu voto no Lula, fica tranquilo". 

Ainda não é o suficiente porque estava fazendo por mim e não por ele. É necessário paciência e sou da opinião que primeiro é necessário arrumar a própria casa. 

Só que aí ficam as perguntas:

Por quanto tempo teremos que elucidar, explicar ou até mesmo justificar o voto no Lula?

Um novo nome ou uma nova linha é arriscado demais? 

É um risco necessário para a mudança?

Aproveito este momento para fazer um desabafo que me é muito caro.

No começo fui um dos que tive medo. A minha família é simples, tradicional. Vivi sem Internet e depois de um certo tempo no novo mundo o medo tomava conta de mim ao frequentar tudo que cercava a cultura Pop. 

Comecei a ser chamado de estuprador, racista e homofóbico pelo simples fato de existir. 

Isso me deu medo, mas o aprofundar na cultura e a procura por mentes que ensinavam através da calma e não da culpa me fizerem entender como as minorias precisam de ajuda porque nunca tiveram espaço ou incentivo. Todo este conhecimento era para ser usado nas eleições e a frustração amarga era engolida a seco. Era até a construção deste texto onde me permito confessar.

Em posição de destaque não vejo candidatos negros, LGBT ou que moram atualmente nas periferias. Para eles são dados poucos segundos. Há exceções, mas a exceção não basta. Nem como vice existe qualquer resquício da representatividade. 

A todos vocês, meu amigos desabafo:

Sinto que as leituras, o escrever e o conversar sobre a cultura é em vão, se esvai.

Ao ver mais uma eleição, sinto a voz de um ser sedento pelo poder dizer:

"Temos que ganhar! Vamos ganhar a qualquer custo e depois vamos pensar em representatividade. Depois vamos dar um jeito, depois será mais fácil, depois de tirar o burguês (Aécio), depois de tirar o fascista (Bolsonaro), depois, depois...depois". 

Nada mais capitalista do que ganhar a qualquer custo.

Se eu estiver errado, por favor, me corrijam. Posso ser um maluco, mas são tempos malucos. 

Se tivesse um preto, pobre, gay e cheio de verdade em vez de promessa, seria diferente? Se ele fosse apoiado com o mesmo entusiasmo dado ao Lula, seria diferente? 

Acho que estou sonhando demais...

Nenhum comentário: