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segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

A Doria o que é de Doria

Um dos personagens mais fascinantes de Victor Hugo é o sombrio e implacável Marquês de Lantennac, sempre justo em reconhecer os méritos e deméritos de seus aliados, subordinados e adversários. Lantennac é um homem mais movido pela rigorosa consciência do dever que por paixões. No que tange à crítica política, tendo a tomar Lantennac por modelo.

Embora não tenha nenhuma simpatia pela pessoa do Sr. Doria, nem afinidade com seu discurso político, me inclino a reconhecer que ontem o governador de São Paulo proporcionou uma página de "Grande Politique" a esse país tão habituado a chafurdar na "Petite Politique", histriônica e mesquinha. 

Em primeiro lugar, pois soube fazer da cerimônia de vacinação um ato repleto de "gravitas", com uma liturgia sóbria, mas repleta de potentes simbolismos, a começar pela vacinação da enfermeira negra, executada por uma médica especialista em doenças infecto-contagiosas. Tudo isso dentro de um hospital universitário. Sem fanfarra ou fanfarronice.

Depois, e mais importante, no gesto de ceder "espontaneamente" a maioria das doses ao Ministério da Saúde. Em terra onde impera o "ma fois" e nunca há suficiente farinha para tanto pirão, Doria soube PARECER generoso e, mal ou bem, esse gesto garantirá vacinação precoce a alguns milhões brasileiros em todo o território nacional.

Não escrevo essas linhas ingenuamente. Bem sei que a política sempre é um imenso teatro de sombras. Mas reconheço que Doria se mostrou um exímio titereiro. E, por ora, basta.

Recorrendo ao jargão das grandes provas ciclísticas, o governador de São Paulo foi o "vencedor do dia".

"Chapeau, Monsieur Doria!"




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