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quarta-feira, 14 de junho de 2023

Prioridades civilizatórias e o paradoxo do "progresso"

Hoje um aluno escreveu em um trabalho sobre tempo e projetos de vida que um de seus sonhos para o futuro é ter "água todo dia em casa", pois o abastecimento é irregular onde mora - uma comunidade na Zona Norte do Rio de Janeiro. 

A humanidade já foi à Lua.

Uma estação espacial tripulada orbita sobre nossas cabeças.

Durante a atual pandemia foi possível desenvolver vacinas com rapidez jamais imaginada. 

Bilhões de dólares são investidos no desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial. 

Utilizamos rotineiramente tecnologias que deixariam Julio Verne desconcertado - e ainda nos damos ao luxo de queimar milhões de reais em fogos de artifício no Réveillon.

Apesar de tudo isso, neste século de tantos prodígios, conseguimos a proeza de termos famílias em uma das maiores cidades do hemisfério sul sem acesso regular ao recurso mais imprescindível à sobrevivência humana. 

A grande tragédia da humanidade há muito deixou de ser sua debilidade perante a natureza; milhões de seres humanos vivem à margem do "progresso" simplesmente porque ESCOLHEMOS que assim seja. Não nos falta tecnologia; falta-nos simplesmente vergonha na cara.

Nossa grande e verdadeira miséria é a monstruosa capacidade de tolerar que tanta gente viva tão mal, com uma resignação fatalista e calhorda.

Há quem tema o fim da humanidade; de minha parte, às vezes duvido que ela tenha realmente existido algum dia...

Irrigação no Egito Antigo; milênios depois, a água continua sendo um luxo para milhões de pessoas. 


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